A idade correta que as crianças podem começar a tomar leite de vaca

Fim da licença-maternidade, falta de leite materno, comodidade, questão financeira. Tudo isso pode levar a introdução do leite de vaca aos pequenos antes do primeiro ano de vida. Mas saiba que isso pode ser perigoso.

Caroline Canazart

Quando começar a dar leite de vaca para o bebê? Essa é uma pergunta que passeia pela cabeça de muitas mães. Se for destinada às avós elas certamente dirão: “Dei leite de vaca para você com quatro meses e você não morreu!”. Mas hoje em dia os especialistas garantem que os bebês estão preparados para o leite de vaca apenas depois do primeiro ano de vida. Então é melhor guardar aquela receita tradicional da família, com farinha para engrossar o leite na mamadeira, para depois do primeiro ano de vida do seu bebê.

Veja os três principais motivos para esses cuidados:

  1. As proteínas do leite comum são mais complexas e podem agredir a mucosa intestinal da criança. Ela pode não conseguir digerir normalmente o leite e desenvolver alergia ao leite de vaca e derivados.

  2. O leite de vaca pode aumentar os casos de anemia, já que ele não tem a quantidade correta de ferro que um bebê necessita.

  3. A grande quantidade de sal e de outras proteínas faz com que os rins do bebê tenham que trabalhar mais.

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Os pais precisam estar atentos para a quantidade de leite de vaca oferecida às crianças com mais de 1 ano que não tenham problemas em ingeri-lo. Uma criança pode tomar entre 500 e 700ml por dia, isto é, três copos com cerca de 240ml já são suficientes. Dar mais do que isso atrapalha as outras refeições, pois aquele delicioso copinho com leite acaba tirando a fome do bebê.

O leite materno sempre será a melhor opção. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a amamentação é aconselhada até os dois anos de idade e as vantagens são muitas. Para os recém-nascidos ele é o responsável por toda a nutrição e energia dos seus corpinhos até que chegue aos seis meses de vida e então comece a introdução de outros alimentos. O leite materno continua sendo um suplemento de vida para as crianças até o segundo ano de vida, protegendo-as de doenças crônicas e infecciosas. Além dos benefícios para a nutrição esse gesto aumenta o vínculo de amor entre mãe e filho.

Caso não seja possível amamentar o bebê, existem leites com fórmula especial. No Brasil as fórmulas disponíveis são:

À base de leite

Essas fórmulas são com leite de vaca, modificado, para parecer com o leite materno. Na fabricação são incluídas vitaminas e mineiras e é feito o ajuste dos níveis de carboidratos, proteínas e gordura para se tornar mais fácil para a digestão do bebê. Apesar disso, ele não tem os anticorpos que o leite materno produz e é passado de mãe para o filho durante a amamentação.

À base de soja

Como o nome diz, a fórmula é feita à base do grão da soja. Normalmente é indicada para bebês que tenham intolerância ou alergia à fórmula que seja de leite de vaca. Esse tipo de alimentação deve ser indicada pelo pediatra. Clique aqui para saber a diferença entre intolerância à lactose e alergia ao leite de vaca.

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Sem lactose

É destinada aos bebês que têm intolerância à lactose (carboidrato do leite) e não conseguem digerir bem a fórmula à base do leite de vaca. Isso acontece pela falta ou produção ineficiente da enzima lactase.

Tanto o leite de vaca como as fórmulas devem ser utilizadas depois de uma boa conversa com o pediatra.

*Vá ao Posto de Saúde mais próximo da sua casa ou na Secretaria de Saúde da sua cidade para saber como conseguir a fórmula especial gratuitamente pelo SUS. Para quem mora em São Paulo clique aqui para obter mais informações.

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Caroline Canazart

Caroline é uma jornalista catarinense que optou por ser mãe em tempo integral depois do nascimento dos filhos. Ama escrever e ainda acredita que pode mudar o mundo com isso.