• Waldimir Taborda
Atualizado em
repelente, grávidas, (Foto: Getty Images)

P.: Qual o repelente de insetos mais indicado para grávidas? E os aparelhos de tomada, são nocivos?
Viviane Vilar, Porto Alegre (RS)

R.: Os produtos de uso tópico, à base de dietiltoluamida (DEET), com concentração entre 10% e 50%, são considerados seguros para as grávidas. Para se ter uma ideia, estudos recentes verificaram que uma formulação com 4,75% de DEET confere proteção completa por 88 minutos; com 6,65%, a proteção dura 112 minutos; e assim por diante. Ou seja, a proteção é superior à fornecida por substâncias alternativas, como óleo de soja e citronela. Os aparelhos de tomada são inseticidas e repelentes de eficácia reduzida, sendo mais indicados para ambientes pequenos (10 a 20 m²), quando ligados com uma hora de antecedência. Os repelentes ditos “naturais”, como os à base de ervas, frutas cítricas, eucalipto e cedro, por exemplo, são usados há séculos, com efetividade incerta. Manter os ambientes refrigerados com ar-condicionado é outra forma eficiente de afastar os mosquitos.

P.: Quais os riscos de engravidar no pós-parto depois de colocar DIU?
Aline Viana, por e-mail

R.: A inserção do dispositivo imediatamente após o nascimento do bebê é uma boa alternativa para a anticoncepção. A colocação pode ser feita tanto em casos de cesárea quanto de parto normal, logo após a retirada ou expulsão da placenta. Nesse caso, os riscos de deslocamento do DIU são baixos (de 7% a 15%) nos próximos seis meses, assim como a probabilidade de gravidez nos próximos dois anos, que varia de 2% a 2,8%. Há, porém, controvérsia entre os médicos sobre o melhor momento para aderir ao método: se imediatamente após a expulsão da placenta, de dez minutos a 48 horas depois, ou com seis semanas de intervalo. Existe o risco, teórico, de aumento de infecção e perfuração uterina entre as mulheres que não esperam até a sexta semana. Muitos estudos, entretanto, demonstram taxas de infecção similares (0,1% a 1,1%) e rara ocorrência de perfuração (1,3 a 2,2 a cada mil inserções). A principal vantagem de antecipar o procedimento é
a conveniência de sair do hospital com a contracepção resolvida.

P.: Minha pressão arterial tem oscilado muito: algumas vezes, está 8 x 6, outras, 14 x 6. Estou me sentindo inchada, a ponto de ter dormência no corpo. Eu devo me preocupar?
Beatriz Julia, Belo Horizonte (MG)

R.: Em grávidas saudáveis, a pressão arterial começa a cair logo no primeiro trimestre, atingindo os níveis mais baixos entre a 20ª e a 24ª semanas de gestação. Uma queda brusca da pressão – por exemplo, quando você se levanta rapidamente – pode provocar tonturas e até desmaio. Realmente não há motivo para preocupação, pois se trata de uma adaptação normal à gestação. Já o inchaço se deve à retenção de líquidos e dificuldade no retorno venoso, o que também não representa qualquer risco, especialmente se for restrito às pernas, no final do dia. Procure manter períodos de repouso de até uma hora, em diferentes momentos do dia, e eleve as pernas sobre um apoio ou travesseiros, para aliviar os sintomas. Os sinais de alerta são inchaço generalizado, afetando mãos e rosto e pressão arterial mínima superior a 90 mmHg, que devem ser avaliados criteriosamente por seu médico.

*Este texto foi publicado na edição 246 (maio, 2014), na Revista Crescer

taborda (Foto: Daniela Toviansky)


Wladimir Taborda, ginecologista, obstetra (CRM 54456) e doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo. É autor de A Bíblia da Gravidez e todo mês tira suas dúvidas sobre gestação

Você já curtiu Crescer no Facebook?